A trova é a poesia dosada em
gotas homeopáticas. Gotas lindas e leves, que as vezes nos ensinam, as vezes
nos divertem, as vezes nos inspiram...
E o Brasil é um grande celeiro de
poetas maravilhosos que espalham sua inspiração pelo mundo, muitas vezes anonimamente,
deixando sua marca indelével nos versos que compõem para enfeitar nossas vidas.
São muitos. São vários. E seria
impossível mencionar todos. Assim, pinço trovas que me vão chegando, ou das
quais vou lembrando, como homenagem a todos os inspirados trovadores do nosso
País.
Deleitem-se!
Sou no final da existência
Em meu cansaço grisalho,
Folha seca na iminência
De desprender-se do galho
Arlindo Tadeu Hagen
Não foste a minha metade
Pois
jamais me deste um sim
Mas
fizeste que a saudade
Fosse
metade de mim.
José Maria Machado de Araújo
Sempre
acolho de mãos postas
E,
humilde, tento aceitar,
O
silêncio das respostas
Que
a vida não sabe dar...
Carolina Ramos
Eu sou
pequeno, seu moço,
Mas,
quando tiro o chapéu,
Minha
alma estica o pescoço
E
enxerga Deus, lá no céu!
José Messias Braz
Enquanto a gente recorda
Os males que a guerra traz,
Fraldas branquinhas na corda,
Lembram bandeiras da paz.
Colbert Rangel Coelho
Ouço um tropel
de boiada,
Olho a estrada,
olho a distância...
Mas o som não
vem da estrada...
É tropel que vem
da infância!
Pedro Ornellas
Não
maldigo a minha sorte
Se
alguma injúria me assalta:
O
vento bate mais forte
Sempre
na torre mais alta!
João Freire Filho
Infância é
brinquedo usado
Que
um dia a vida resolve
Tomar
um pouco emprestado
E
nunca mais nos devolve!
Arlindo Tadeu Hagen
Há quem
procure enganar-se
Fingindo
sempre sorrir
Pois
o sorriso é disfarce
Que
a dor costuma vestir.
Antônio Juraci Siqueira