A OUSADIA COMO DIMENSÃO DA VIDA
É a pauta da mesmidade que rege
A sinfonia das horas.
Inquieta-me este contínuo
vir-a-ser
sem-ser.
Nem mesmo no
fundo de minhas buscas
encontro com
frequência
a ousadia como
raiz.
Mas
nunca soube de vitórias
que
fossem alcançadas sem
arrojo.
É utopia que faz nascer o novo.
É
na ousadia
que
estão delineados
os
contornos
do
que ainda há de vir-a-ser.
O acomodar-se
é apenas uma forma de
morrer um pouco
a cada dia.
E ainda ronda
em mim
o lume radiante
da audácia
que
não respeita os limites
do
sempre igual.
Afasto
a hipótese do nunca
e
apalpo minhas palavras
como
se elas pudessem recompor
os
cenários dos planos
ainda não
traçados.
Afinal
são elas que nomeiam meu mundo
e, se não o fazem,
crio meus próprios
neologismos
alçando meu anzol
de sonhos
nas infinitudes
de rotas impossíveis.
E
porque não creio no nunca
venço
o medo coletivo de ir além
ultrapassando
as minhas próprias perspectivas.
Temer é um vício que nos condiciona
a aceitar passivamente
tudo o que
acreditamos que deva ser.
E
porque não acredito no traçado exato
sinto
rondar em mim
o enigma da
vida
como a
incitar-me em minha busca eterna.
E me encontro comigo
a cada momento
redescobrindo
as dimensões de um tempo
que
só existe no reino da ousadia...
Linda
Brandão Dias
Amei suas poesias! Além do seu português ser impecável e você possuir um senso estético muito apurado, suas linhas fazem pensar... E é tão raro encontrar versos assim hoje em dia! Parabéns, nunca deixe de escrever por aqui! Beijos,
ResponderExcluirGi